O AFS encoraja todos da comunidade global a incluir a nossa filosofia de “aprender a viver juntos” e a promover o entendimento cultural para criar mudanças positivas e um mundo de mais justiça e paz. Para isso se tornar realidade, o AFS acompanha o estudante durante a experiência intercultural. O AFS, em suas orientações, utiliza um Gráfico da Experiência. Embora a experiência de cada participante seja única, existem alguns momentos que fazem parte da vida da maioria. O resultado é que existe um padrão relativo à vida emocional do intercambista, em que altos e baixos estão ligados a momentos específicos da experiência. Este padrão é chamado de “ciclo da adaptação” e deve ser entendido como um guia para a compreensão dos momentos pelos quais passam os intercambistas, sem que, no entanto se deixe de considerar sua flexibilidade.

O Gráfico da Experiência

Gráfico de experiência 1

Após o processo de seleção e partida do intercambista para a nova experiência, é normal cair em um Choque Cultural. Após o êxtase de tudo ser novidade, há um momento em que a nova cultura acaba se chocando com a já existente. Nesse momento é normal querer ficar mais sozinho, chorar e sentir muitas saudades e vontade de voltar para casa.
Depois do choque cultural inicia-se uma fase ascendente, em que parece que o estudante já conhece tudo sobre o país hospedeiro. Geralmente ele já consegue falar o idioma do país, conhece bem os ambientes que frequenta e consegue se locomover sozinho. A esse momento, dá-se o nome de Adaptação Superficial. Ela é considerada superficial porque logo o estudante percebe que as exigências em relação a ele são maiores – afinal, ele já fala a língua e é membro de sua comunidade. Inicia-se então uma fase descendente (Isolamento), de frustração, quando o intercambista vê que as diferenças culturais são mais profundas do que ele supunha e suas dificuldades em se adaptar plenamente, maiores.
O ajuste, nesta etapa, é mais profundo do que na anterior, porque as experiências culturais vivenciadas são absorvidas e valorizadas, integrando-se à personalidade do indivíduo. Uma transformação interna ocorre no momento em que o intercambista percebe que as formas de “estar no mundo” são múltiplas, e ele se sente agora plenamente apto a olhar para a sua cultura hospedeira se a armadura que lhe impedia realmente de aprender. Essa é a fase de Assimilação. Geralmente a fase mais produtiva e mais feliz da experiência. Ela compreende uma fase ascendente que só termina perto do final do período do intercâmbio, quando começam os preparativos para a volta. A última fase é composta de sentimentos contraditórios, em que a alegria de rever a família e amigos no país natal vem acompanhada de um enorme sentimento de perda de tudo aquilo que se construiu durante o intercâmbio. Mas isso são cenas para os próximos posts!