Antes de chegar na Itália, eu estava realmente apavorada com a ideia de viver 1 ano num lugar que eu não conhecia e não falava a língua, sem minha família e amigos.

Estou aqui faz 3 meses e posso dizer que é muito mais fácil do que eu pensava. Óbvio que tem o choque cultural, como o fato de que aqui eu só posso tomar banho duas vezes por semana (no Brasil tomava 2 vezes por dia), mas nada que um “banho na pia” não resolva. E é assim com tudo. No início a gente realmente se apavora, mas sempre acaba achando uma maneira de resolver os “problemas”.

A maioria dos intercambistas não gosta de ir para aula, mas eu amo tanto estar com meus amigos e colegas que vir pra aula se tornou uma coisa boa. Desde o começo, quando não falava italiano, eles foram muito receptivos e carinhosos, me fizeram uma festa surpresa e me chamaram pra sair na minha primeira semana de escola.

Agora com meu italiano quase fluente, a amizade só intensificou. Saímos juntos, nos falamos por whatsapp, me contam tudo e óbvio riem muito do meu sotaque (o que sinceramente não é uma coisa ruim). Com apenas 3 meses, posso dizer que criei vínculos muito fortes com todos os meus amigos italianos, e sei que eles sentem o mesmo.

A família é onde se nota mais o choque cultural e onde se demora mais pra criar vínculos (pra outros intercambistas é o contrário). Eu tenho uma irmã de 13 anos e um irmão de 17. Sou mais próxima da minha irmã que é mais extrovertida e parecida comigo. Nós estamos sempre juntas em casa e isso certamente me ajuda na minha adaptação. Como todas as irmãs, obviamente a gente discute, mas nada que dure mais de meia hora.

Enfim, posso dizer que fazer intercâmbio é uma experiência mais que fantástica e só quem for consegue realmente entender.

– Brenda Carvalho Peradotto, AFSer na Itália em 2016-2017