A ideia de morar em um lugar diferente por um tempo, conhecer pessoas novas, aprender uma língua nova e viver rodeada de uma cultura diferente sempre foi um sonho pra mim, e quando eu era pequena eu já dizia que eu faria um intercâmbio.

Eu diria que, para mim, o intercâmbio é um recomeço. Você começa uma nova vida, com novos amigos, uma nova família e, quando você menos espera, você não se sente um simples turista ou estrangeiro; você sente que pertence a esse novo lugar. Eu, por exemplo, posso dizer que eu sou tanto brasileira como québécoise (Québec, Canadá). Esse ano eu estou construindo uma nova vida, tendo milhares de novas oportunidades e, principalmente, estou me (re)descobrindo.

Muitos se preocupam com o ano que eles vão ‘perder’ ao fazer um intercâmbio – principalmente em relação aos estudos, como eu mesma pensava no começo. Mas meus pais sempre me disseram que não há nada a perder; muito pelo contrário, as milhares de experiências que nós temos durante o intercâmbio nos fazem ganhar ainda mais.

Uma outra coisa que eu amo sobre o intercâmbio é que ele nos ajuda a esquecer a ideia dos estereótipos que nos rodeiam a todo momento, tanto do seu país hospedeiro quanto do seu próprio país. O intercâmbio nos faz sair da nossa zona de conforto, e isso nos faz amadurecer muito e nos torna pessoas cada vez melhores, prontas para lidar com as milhares de experiências que a vida nos traz.

Muitos pensam que o intercâmbio e os “efeitos” dele acabam quando nós entramos num avião de volta para o nosso país de origem, mas na verdade as coisas que nós aprendemos vão nos acompanhar por toda a vida.

– Beatriz Navarro da Cunha, AFSer no Canadá em 2015