Minha chegada na Finlândia foi tranquila. No aeroporto, quando primeiro botei olhos na minha família hospedeira, sabia que eles seriam a melhor companhia que poderia pedir. A coisa de intercâmbio é que desde cedo precisa-se confiar nessa família do outro país que pessoalmente você nunca viu, e isso parece extremamente assustador, e não minto, foi assustador. Mas com o tempo isso passa, esse sentimento de medo e desconfiança se transforma em algo mais profundo que nos liga como uma família de verdade. Viver longe de tudo que se conhece nunca é fácil, mas quando esse medo é ultrapassado percebe-se que o desconhecido não é assustador, e as coisas que aprendemos na viagem não têm preço.

Uma coisa que é muito diferente aqui na Finlândia é que tudo é muito verde. É um país muito ligado a natureza e a vida é, de certa forma, criada em volta dessa característica. Posso abrir a porta de casa e entrar numa floresta, colher frutas silvestres, cogumelos, ver cervos, coelhos, esquilos e alces andando pelos terrenos.

Minha primeira impressão dos finlandeses é que todos são bem gentis e humildes, porém um pouco fechados. Os primeiros dias de colégio foram bem complicados por causa dessa timidez. Todos querem te conhecer, mas ninguém tem coragem de vir até você e conversar cara a cara. Entretanto, depois que se passa desse primeiro obstáculo, eles são incríveis amigos. Foi depois de uma semana que eu comecei a fazer amizades. Admito, foi uma semana muito estressante, mas foi um estresse compensado.

O clima finlandês é muito diferente do brasileiro. Quando cheguei aqui, ainda era verão, um verão de 25 a 15°C, enquanto no sul do Brasil era inverno de 15 a -8°C. O inverno aqui é algo que eu nunca presenciei. Com temperaturas abaixo de zero, chegando até -25°C na região de Turku, com neve, gelo e frio, muito frio. Outra diferença é a falta de sol. Só se tem claridade das nove da manhã até as quatro da tarde.

Viajar para outro país e aprender sobre a cultura desse mesmo foi uma decisão muito boa. Não só eu aprendo viver outra vida, mas também volto para o Brasil com uma mentalidade única: meio brasileira, meio finlandesa. Eu acho que, no fim, é isso que nos faz ser quem somos.

Abraços,
Ângela Dossa

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