É difícil encontrar palavras para descrever a experiência de poder ter uma nova vida em outro lugar, mas com certeza é algo que todos deveriam fazer. Tudo é um aprendizado que abre os seus olhos paras as diferenças entre países, pessoas, o famoso choque cultural que é inevitável. Durante o intercâmbio é preciso manter a mente aberta para tudo, pode parecer óbvio mas sempre existe aquela dificuldade em aceitar que talvez a pessoa não tome banho todo dia e que não há nada de errado nisso, por exemplo.

Minha vida na Finlândia está me ajudando muito no meu crescimento pessoal, tenho muita independência aqui e sou a única responsável pelas minhas escolhas e ações. Tenho muitas lembranças tanto positivas quanto negativas (a grande maioria positiva), lugares e pessoas que nunca vou esquecer. Aqui me sinto em casa, mesmo com todas as dificuldades diárias, essa terra roubou meu coração. Aprendi que não devemos confiar em estereótipos, cada um é único, nem todos os alemães são frios, nem todos os italianos chegam atrasados e nem todos os brasileiros gostam de futebol (isso é algo que as pessoas aqui simplesmente não aceitam, como e possível um brasileiro não ter como paixão o esporte?). É incrível como é possível fazer amigos que se tornam tão importantes na sua vida em tão curto período de tempo, eles se tornam parte do seu cotidiano, da sua vida, pessoas que inicialmente não têm nada em comum e que se tornam irmãos em poucos meses.

Agora estou na metade do meu intercâmbio, com o sentimento de morar aqui a minha vida toda e de que o tempo passa rápido demais, cada segundo deve ser aproveitado. A escolha de ficar em casa no computador ao invés de ir pra um café qualquer e passar horas conversando não é opção, todo tempo é precioso demais para ser desperdiçado. Sei que ainda tenho muito para viver aqui, muitos lugares para ir e pessoas para conhecer. Quando voltar para o Brasil sei que terei tantas histórias para contar e que a saudade daqui será muito grande. Novamente eu digo, o ano de intercâmbio é algo que eu recomendo para todos!

Lívia Bassani Lins de Miranda, AFSer na Finlândia (2015)