E quando no decorrer da experiência começam a surgir conflitos e dificuldade de comunicação? Este mês falaremos sobre Gestão de Conflitos.

Por vezes não conseguimos lidar com as diferenças culturais e não sabemos como lidar com a situação. Por outro lado, no dia a dia com um intercambista dentro de casa, surgem conflitos e discussões sobre diversos temas.

Como resolver esses problemas? Como abordar o assunto? Como gerir a situação?

Mitchell Hammer, ao estudar sobre as questões interculturais, aborda duas formas de comunicação: direta e indireta. Na vertente direta, está presente uma comunicação que se caracteriza pela objetividade, alguma rigidez e foco na tarefa. Numa cultura como a brasileira por exemplo, demonstra-se menor objetividade, privilegiamos as relações e as coisas não são ditas de forma direta, numa expectativa que a mensagem fique clara nas entrelinhas.  Somos a definição de comunicação indireta! Isso pode gerar desentendimentos, quando por exemplo o estudante é muito direto e acaba magoando a família, ou por outro lado, quando tentamos que ele entenda nosso ponto de vista mas temos dificuldade em explicitar claramente as nossas razões.

Outros dois pontos importantes de acordo com Hammer são: a expressão das emoções e a forma de resolução de conflitos.

É importante notar que existem culturas que omitem mais a expressão das suas emoções enquanto outras deixam bem claro e demonstram o que estão sentindo com maior facilidade. Por outro lado, quando surge um conflito, algumas culturas preferem abordar o assunto e resolver a situação com clareza, enquanto outras preferem tentar ignorar a situação ou contorná-la, sem deixar clara a sua insatisfação, com receio de magoar o outro.

Por todos esses motivos, é importante refletir sobre as atitudes do estudante e as próprias atitudes da família quando surgem pontos de desentendimento. De que forma ficou clara a nossa opinião e os nossos motivos? De que forma estou me expressando para evitar esses conflitos?

Para finalizar, deixamos algumas dicas:

– Deixe claro, desde o início as regras familiares e as regras da casa;

– Faça um esforço para suspender julgamentos. Busque os fatos da situação, busque uma interpretação e em seguida verifique esses fatos. Não faça interpretações precipitadas;

– Adote algumas estratégias:

  • reflita sobre a sua forma de comunicação e a forma do outro;
  • foque no que há de comum e positivo entre ambas as visões;
  • busque entender o que o outro espera de você e explicar a ele(a) o que você espera dele(a);
  • busque uma redução da carga emocional e chegar a um consenso, em que ambos se adaptem à forma do outro.
  • Busquem o apoio do AFS local. Não deixe atingir um ponto em que ambas as partes percam a capacidade de comunicar.

Desejamos que continue tendo uma experiência intercultural incrível!