Já são alguns meses desde que a época mais feliz da minha vida começou. Esse ano foi e está sendo o melhor da minha vida. Desde que cheguei na Suíça, me senti em casa: parece que esse sempre foi o meu lugar! Hoje posso dizer que ele é sim o meu lugar, onde eu já me sinto parte. Ouvi uma vez que um intercambista, depois do seu intercâmbio, encontrará sempre o seu eu dividido entre a pátria natal e a que ele adotou como sendo sua segunda – e concordo, foi exatamente o que aconteceu comigo.

Os suíços, na verdade, têm vários hábitos muito parecidos com os nossos brasileiros, mas são, em geral, muito curiosos e interessados por diferentes línguas e culturas. Eles são, entretanto, extremamente adeptos às regras de convivência social e rigorosamente educados. Eles moram em um país onde tudo funciona excepcionalmente bem: os trens chegam no exato minuto em que são esperados, as escolas possuem materiais de estudos de diversas áreas do conhecimento e o índice de criminalidade é baixíssimo.

Quantas aventuras e descobertas já vivi nesse país! Quantos momentos bons passei com a minha família hospedeira e com os meus amigos da escola! Quanta gente vou poder transportar daqui direto para o meu coração e levar para toda a vida. Cada palavra de compreensão, paciência e indulgência. Cada gesto de compreensão manifestado em forma de amor, que para mim significou tanto…

Nessa jornada, uma coisa eu tenho clara: nunca me arrependi de ter feito essa escolha, talvez… talvez não, com certeza, a melhor da minha vida. Se hoje a minha mãe pudesse falar comigo, diria, sem dúvida nenhuma, que estou no caminho certo: por tudo o que aprendi nessa trajetória. Tenho muito orgulho de levar os meus países, como também as pessoas, dentro de mim.

Minha família e meus amigos, sou muito grato por ter vocês, e por poder ter vivenciado essa grandiosa experiência que transforma,  une e engrandece a minha existência. E que fique dito, registrado e repetido: o amor não mede distâncias, ele  simplesmente nos conecta, por mais longe que possamos estar uns dos outros.

– Humberto Tomé, AFSer na Suíça